A mil por hora: essa é a vida do DJ, produtor e empresário RA7A

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A mil por hora: essa é a vida do DJ, produtor e empresário RA7A


O interior catarinense possui um sólido agitador cultural, Rafael Ferreira, ou RA7A, desde 2001 dedicando-se à música eletrônica e, atualmente, em seu melhor momento de expressão em produção musical, a exemplo de lançamentos como "Back to Life" (ao lado de Antdot) via Braslive Records e "Like Hot" via Fluxo Records. Recente à 1ª Semana Clubber de Joinville, o momento já é de esquenta para as gigs do artista nas próximas semanas. 



RA7A está marcado para subir na cabine do Playground Festival em Curitiba (após ter tocado na edição de Porto Belo no último sábado) antes de retornar para seu escopo de trabalho gigantesco, que envolve, além do artístico, o centro de eventos Joinville Square Garden, selo The Garden Records, consultoria na It`s Time Now e as festas Second, Adore e The Garden e mais algumas empreitadas. Haja fôlego!

Enquanto você curte o set abaixo que RA7A fez durante uma visita à nossa  Rádio Tecno House, pode também conferir a entrevista que fizemos sobre seu momento atual na carreira. 



RTH - Além das suas empresas, você cuida da sua carreira artística e ainda é pai! Essa rotina parece intensa e, além disso, você busca excelência em todas as atividades. O que faz no dia-a-dia para manter o foco e a disposição? 

Realmente minha rotina é bem puxada, mas amo meu trabalho, isso me mantém disposto. Outro fator que ajuda no foco e disposição é manter-se ativo fisicamente. Frequento academia todos os dias, durante a 1 hora que me dedico a musculação, esse é meu momento de desligar de tudo, é o break diário que me dá gás para trabalhar muitas vezes até 20 horas em um dia. Hoje levo essa rotina de academia como prioridade. Percebo que quando por algum motivo deixo de ir, minha disposição cai e muito.

RTH - É perceptível sua assinatura sonora, diante dos decks, que pode ir do techno melódico ao house progressivo, do indie dance ao techno. Como é a sua pesquisa musical e o que considera fundamental para manter-se inspirado e, assim, contar boas histórias musicais para o público?

Sempre gostei de tudo que envolve melodia, hoje estou aprendendo muito com as próprias plataformas, que vão me apresentando diariamente novos artistas. Como tenho pouco tempo, durante os dias para parar e pesquisar novos artistas, quando estou dirigindo, estou conectado no Spotify e sempre que escuto uma música nova entro na rádio da música, com isso vou localizando sons relacionados e assim que localizo, subo em uma playlist privada.

Aos finais de semana procuro ir atrás dos artistas responsáveis pelas músicas que mais gostei da semana. Beatport, 1001 Tracklists, sets no YouTube e assim por diante, vou me conectando nessas artistas e em novas sonoridades que me fazem sentido. Estar atento também a portais de música eletrônica no Instagram, por exemplo, é sempre muito válido. Vira e mexe tem por exemplo 10 drops que aconteceram no Afterlife, daí você escuta as faixas e sempre tem alguém ali comentando de quem são os IDs.

Esses portais ou perfis de labels também divulgam o line up de eventos que considero fora da curva. Exemplo Monolink e Friends. Em um Monolink e Friends desse, por exemplo, eu conheci o Kerala Dust. Pensei: "Pô, para participar de um Monolink e Friends, o cara tem que ser top", e fui pesquisar o line todo que estava sendo divulgado.

Aos finais de semana quando não tenho gig e estou em casa, também passo boa parte do tempo conectado no YouTube, ouvindo sets novos que a própria plataforma me indica ou até mesmo procurando pelos artistas que conheci na semana como comentei acima. Shazam de vez em quando também vai bem [rs].

RTH - Você está numa posição de liderança em agitação cultural em Joinville. Nesses anos todos participando desta cena, como foi o crescimento dela e o que acha dela hoje? 

A cena de Joinville, quando começou até surgir o conhecido br bass, sempre foi mais underground. Com a explosão de nomes brasileiros após Victor Ruiz, a cena foi virando mais brazilian bass, digamos assim. Era onde se ganhava dinheiro mais fácil, porém de uns tempos para cá, com o amadurecimento do público, surgiram diversos núcleos menores, focados em sons mais conceituais, e agora pós pandemia sinto que essa demanda está bem pulsante, por isso da idéia de lançar minha nova Label Second. A cena Joinvilense ainda é bem comercial, mas já começa a mostrar força em sons mais conceituais, acredito que em pouco tempo teremos resultados bem relevantes relacionados.




RTH - Você também faz mentoria artística no projeto It`s Time Now, ajudando na construção de carreira de novos talentos. Como você explica as principais habilidades necessárias para que um DJ consiga uma carreira consistente nos dias de hoje? 

Agregar valor a seu projeto artístico. Para você crescer artisticamente você precisa dar resultado aos seus contratantes e a única forma de você gerar algum resultado "payback" seja ele qual for, é você agregar valor ao seu projeto artístico. Enquanto você estiver dando resultado ao contratante, seja ele qual for, o tamanho que for, você continuará sendo contratado.

RTH - Está chegando a hora de se apresentar no tradicional festival Playground, desta vez em duas edições do evento. Você acabou de tocar em Porto Belo, agora qual é a expectativa para Curitiba? Está preparando novidades para quem vai lá te prestigiar? 

Fiquei muito animado com a oportunidade de participar desses dois super festivais, a vibe em Porto Belo, no El Fortin, foi demais! Fiz um som mais focado no melodic techno e indie dance por lá e também pretendo seguir essa linha em Curitiba. Estou com algumas faixas novas focadas nesses gêneros. Em especial um remix que fiz para a faixa de abertura da série Suits, do Netflix, e mais duas faixas que serão lançadas em breve por uma conceituada gravadora de melodic techno do Brasil, que ainda não posso anunciar. Ambos os sets serão repletos de promos minhas, demos que recebo na minha gravadora e também que recebo de amigos, montadas de forma harmônica e progressiva. Sempre empurrando, e crescendo a energia.

RTH - Quais são as principais diferenças conceituais entre seus eventos ADORE, The Garden e Second? 

ADORE tem duas pistas, uma mainstream bem comercial, que reúne cerca de quatro mil pessoas, e a outra mais conceitual, porém não muito conceitual, que reúne mais 1500 pessoas. Digamos que toca nessa pista o que vai virar comercial em dois anos.

The Garden é um evento que muda de formato de acordo com a agenda do meu centro de eventos. Consigo fazer ele para 2500 pessoas, 1500 pessoas ou mil pessoas. Mas no The Garden, normalmente, trabalho com um som comercial, mas não tão apelativo quanto na ADORE.

Second é minha filha mais nova, a menorzinha, para umas 500 pessoas, meu xodó no momento. Nela pretendo trabalhar com sons bem conceituais, dentro da linha de som que eu toco. Os melódicos, progressivos, brabos [rs].

RTH - Conta pra gente os seus próximos passos para este 2022 que, finalmente, pós-Carnaval, começou. 

Como RA7A pretendo me solidificar nesse mercado do melodic house/techo, vejo que estou na hora certa no momento certo, fazendo o som que eu gosto. Estive no Afterlife agora em março em São Paulo e me senti realizado com o som que rolou lá, vendo que é aquilo que estou estou buscando já faz alguns meses. Tenho alguns lançamentos legais marcados, duas faixas que pretendo anunciar em breve por esta gravadora renomada de melodic techno do Brasil que tenho certeza que irão me posicionar de forma significativa no mercado.

Além disso, estamos trabalhando para liberar esse remix que fiz para a faixa da série Suits, entre outra faixas que estão em fase de finalização com vocais gringos originais. Também, já marcado e bem significativo pra mim, dia 29 de abril sai um lançamento pela UP Club Records.

Como produtor de eventos, quero fortalecer o projeto Second dando visibilidade e notoriedade ao evento, também pretendo dar continuidade nos projetos ADORE e The Garden, mantendo o sucesso que ambos já têm de anos. Também pretendo fortalecer minha gravadora, The Garden Records, que vem fazendo um trabalho bem bacana nos últimos anos.

Além disso, estamos projetando um festival grande que irá acontecer em Joinville, fora do Joinville Square Garden, relacionado a música eletrônica durante este ano. A ideia é elevar o nível da nossa cena sempre.








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